# PNL :Resolução da Perda I
Coaching

# PNL :Resolução da Perda I


Introdução
Nós estamos ensinando o processo de resolução da perda nos treinamentos de Master Practitioner desde que o desenvolvemos a cerca de quatorze anos atrás. O livro "A Essência da Mente" (1)fornece uma introdução para esse processo, e um exemplo é fornecido na demonstração em vídeo daResolução da perda (2) feito por Connirae. Esse processo é, algumas vezes, muito útil, visto que o efeito de vazio e de tristeza em reação à perda de uma pessoa querida é algo que todos irão experimentar em algum momento da vida, e algumas pessoas experimentarão muitas perdas significativas. Muitas vezes, a perda não resolvida é um dos principais fatores não reconhecidos no amplo conjunto de outras dificuldades e que leva as pessoas a procurarem terapia, incluindo a falta de motivação, a depressão, as doenças crônicas e as crises da meia idade.
Quando, pela primeira vez, nós decidimos modelar a reação à perda, nós comparamos as experiências de pessoas que foram, particularmente, bem-sucedidas em lidar com perdas significativas, com as experiências daquelas que ainda estavam experimentando tristeza e sofrimento e que tinham tido dificuldades para continuar com suas vidas depois de uma perda.
Nós descobrimos que todas aquelas que estavam sofrendo – seja há pouco ou há muito tempo – fizeram algo que pode ser enquadrado num dos dois aspectos seguintes:
1. Recordação do término. Muitas vezes elas cometem o erro de recordar o término do relacionamento em vez da ligação afetuosa em si. Por exemplo, elas podem se recordar da última discussão acalorada que levou ao rompimento, ou ao desgastante processo de divórcio, a horrível doença terminal ou quaisquer outros eventos desagradáveis que resultaram no término do relacionamento em vez do relacionamento afetuoso em si.
Mesmo quando elas recordam desse evento de uma maneira dissociada, como se fosse visto numa tela de TV, os sentimentos são desagradáveis no lugar da ligação afetuosa. Muitas pessoas recordam esses eventos como se eles estivessem acontecendo aqui e agora, com uma intensidade totalmente desagradável, como ocorreu no evento original. Esse término do relacionamento não é a experiência preciosa pela qual a pessoa está sofrendo, e esse erro comum torna impossível experimentar os sentimentos afetuosos especiais que ela tinha com a pessoa perdida.
Quando alguém recorda o término, uma das primeiras etapas do processo é pedir para que ela pense sobre o que amava e apreciava no relacionamento perdido, em lugar do fim do relacionamento. Isso é uma solicitação para o cliente mudar o conteúdo da sua representação.
2. Dissociação. Outras pessoas recordam o relacionamento afetuoso, mas de um modo distante, isolado, ausente ou irreal, resultando num sentimento de vazio, em vez da plenitude que a pessoa experimentava no relacionamento afetuoso. Existe uma variedade de modos que representam internamente o que está isolado ou dissociado. Você pode fazer a imagem da pessoa a uma grande distância, ou pode se ver com a pessoa perdida, os dois divertindo-se juntos. Você pode ver a marca afundada no colchão da cama embora esteja vendo que não existe ninguém lá, ou a imagem da pessoa amada pode aparecer transparente, indistinta ou como um fantasma, etc. Um homem teve um relacionamento que ocorreu, na maior parte das vezes, pelo telefone. Depois que essa pessoa morreu, ele ainda podia ouvir a voz dela, embora tivesse um som "metálico" como se fosse gravada, significando que era irreal.
Com todos esses modos diferentes de representar a pessoa como distante e isolada, os bons sentimentos de estar junto a essa pessoa estarão perdidos. Só existe um sentimento de vazio e isso causa a tristeza e o sofrimento.
Resignação
Quando entrevistamos as pessoas que disseram que tinham lidado com as suas perdas com sucesso, nós descobrimos que um bom número delas continuava a viver suas vidas, porém, muitas vezes, com um sentimento de resignação ou com uma discreta frustração. Quando pedimos para elas pensarem na pessoa perdida, muitas vezes suspiravam, seus ombros caíam ligeiramente e sua respiração se tornava mais superficial. Algumas até diziam "Eu estou bem", porém com uma tonalidade de voz um pouco elevada e forçada. Embora isso seja melhor do que desatar num choro incontrolável estava claro que a perda não estava resolvida. Haviam "tratado" dela somente para que ficasse sob controle e assim não se intrometesse no dia a dia delas.
Reação positiva contra a perda
Entretanto, existiam outras pessoas que haviam lidado com suas perdas de uma maneira muito mais positiva e proveitosa. Quando perguntávamos a elas sobre a perda, muitas vezes aparecia um sorriso e um ar tranquilo no rosto, um suave levantar dos ombros e uma respiração mais profunda. Elas podiam falar sobre a pessoa perdida com ternura, carinho e alegria. Uma mulher disse "Quando eu penso no Joe, é como se ele estivesse aqui comigo. Se eu estou no supermercado escolhendo laranjas, ele está ali comigo me ajudando a escolher as melhores, como ele fazia." É claro que esse tipo de reação é muito mais agradável, e fornece um acesso fácil para todos os sentimentos especiais que ela teve com a pessoa que agora se foi. Essas foram as pessoas que nós estudamos para descobrir como elas podiam estar congruentemente alegres apesar da perda significativa.
Quando perguntamos a elas como pensavam sobre a pessoa perdida, descobrimos que, literalmente, todas pensavam como se ela ainda estivesse presente, e isso lhes dava acesso a todos os bons sentimentos que tinham tido durante o relacionamento real. Existem muitas maneiras de fazer isso. Muitas vezes as pessoas simplesmente pensam na pessoa perdida como se ela estivesse próxima, em tamanho natural e em três dimensões, movendo-se e respirando, e capaz de oferecer tanto uma conversação verbal como reações não verbais, como se ela estivesse fisicamente viva e presente no mundo real. Algumas representam a pessoa perdida como se ela estivesse fisicamente presente no seu coração, ou no peito, ou, de alguma maneira, presente em todo o seu corpo. Outra sentia a pessoa perdida como se fosse algo que envolvia confortavelmente todo o seu corpo. Outras tinham diferentes maneiras de representar a pessoa perdida, porém todas elas possuíam um forte sentimento de que a pessoa perdida estava presente integralmente com elas nesse momento, e que era fácil entrar em contato.
"Constância do objeto"
Quando pensamos um pouco sobre isso, percebemos que essa maneira de recordar a pessoa perdida não é realmente diferente do que a maioria de nós faz, quando alguém que nós amamos, está fisicamente ausente por um curto período. Pense agora em alguém, muito especial para você num relacionamento atual, mas que neste momento não está fisicamente perto, e note como você a representa em sua mente. Que imagens, sons, vozes e sentimentos você utiliza ao pensar naquela pessoa?
Quando eu (Steve) faço isso com Connirae que, neste momento está na cidade fazendo compras, ela está de pé do meu lado esquerdo, em tamanho natural e respirando, e ela parece presente para mim, como se ela realmente estivesse na mesma sala, e assim os bons sentimentos que eu tenho com ela estão disponíveis para mim sem dificuldade. Embora seja possível que ela tenha morrido num acidente de carro, ou fugido com outro homem, eu posso representá-la como se o relacionamento ainda existisse, e desfrutar de todos os sentimentos afetuosos que fazem parte deste relacionamento. Os psicólogos chamam essa capacidade de "constância do objeto" e os princípios usados no processo de resolução da perda também podem ser usados para ensinar essa habilidade.
Ansiedade da separação
A constância do objeto é uma habilidade que as crianças pequenas ainda não aprenderam. Quando a mãe sai é como se ela tivesse ido embora para sempre, e a criança pequena chora inconsolavelmente, no que muitas vezes é chamado de "ansiedade da separação". Felizmente, a maioria das crianças também é incapaz de se manterem conscientes, por muito tempo, da imagem da saída da mãe e são facilmente distraídas por outros acontecimentos. Leva algum tempo para a criança aprender como manter uma imagem associada da mãe com ela, pois assim ela pode reter a sensação de conforto e de segurança do relacionamento quando ela sai por um curto espaço de tempo.
Como mostramos acima, se uma pessoa pensa em alguém como presente ou ausente independe da "realidade", e também se um observador poderia dizer se ali existe ou não um relacionamento. Depende somente de como a pessoa representa a pessoa amada na sua mente, e essa é a chave para o processo de resolução da perda.
A essência desse processo é ensinar essa importante habilidade para quem está sofrendo a perda de alguém que agora é representado como isolado e perdido. Já que existem várias maneiras de como, precisamente, um indivíduo representa alguém que tanto pode estar perdido como presente, nós temos que, primeiro, reunir informações para descobrir exatamente como essa pessoa em particular faz isso.
Reunindo informações
Perguntamos para alguém que está sofrendo para pensar primeiro sobre alguém em especial que estápresente na sua vida (apesar de não estar presente fisicamente no momento, e que também pode estar morto ou ter ido embora para sempre), e depois sobre a pessoa por quem ele está sofrendo. Então pedimos que ele pense, ao mesmo tempo, nas duas pessoas, e solicitamos que ele note as diferenças no processo de submodalidades entre elas. A perda, de algum modo, será representada tipicamente como distante e isolada, e com uma sensação de vazio emocional, enquanto o relacionamento existente será representado por uma sensação de presença e de plenitude emocional.
Tipicamente, existirão diferenças, muito importantes, na localização dessas representações no espaço pessoal. Por exemplo, uma pode estar perto, à esquerda e grande, etc., enquanto a outra estará mais afastada, à direita e menor, etc. Existirão, habitualmente, muitas outras diferenças. Uma imagem pode estar mais brilhante do que a outra, ou mais colorida, ou movendo-se, outra pode estar quieta enquanto a outra tem sons e vozes, etc. Todas essas diferenças são completamente independentes do conteúdo das representações. Uma vez conhecidas essas diferenças, é bastante simples o processo para transformar uma situação de vazio e de sofrimento numa de plenitude e de alegria.
Habitualmente, utilizar a imagem da experiência da perda e movê-la para o local da experiência da presença é tudo que é necessário para transformar a perda em uma experiência de presença sentida. Normalmente as outras diferenças em brilho, cor, movimento, etc., vão mudar espontaneamente quando o local muda. Se esses outros parâmetros não mudarem espontaneamente, nós simplesmente pedimos ao cliente para mudá-los até que a experiência da perda esteja totalmente transformada numa experiência de presença.
Quando essa transformação estiver completa, ela irá recuperar os bons sentimentos que tinha para com a pessoa perdida. Muitas vezes, quando isso ocorre, o cliente chora, mas essas lágrimas são muito diferentes se comparadas com as lágrimas da perda. Essas são lágrimas de reencontro com os sentimentos perdidos, e é importante permitir que o cliente use o tempo que for necessário para experimentá-las plenamente.
Ressignificando as objeções
A maioria das pessoas fica muito contente ao ser capaz de transformar seu sofrimento para uma religação com a experiência perdida, mas algumas terão objeções. Antes de continuar, é muito importante respeitar essas objeções, e descobrir qual a intenção positiva de cada objeção. Uma vez conhecida a intenção, a tarefa é descobrir uma maneira para que a transformação também não interfira com a intenção da objeção, ou até mesmo forneça um amparo melhor do que o sofrimento. Aqui estão alguns exemplos:
1. "Eu não quero dizer adeus." "Eu concordo plenamente com você. Muitas pessoas têm uma noção errada de que elas têm que dizer adeus para poderem parar de sofrer, mas é exatamente o oposto. O que é necessário é dizer alô de novo e restabelecer a ligação afetuosa que você já teve com esta pessoa."
2. "Se eu experimentar a sensação de que a pessoa perdida está aqui comigo, as pessoas vão pensar que eu estou louco." "Nós certamente não queremos que isto aconteça. Mas eu penso que isto somente seria um problema se você falar isto em voz alta. Durante a sua vida você pensa nelas, e talvez até mesmo tenha mantido conversas internas com elas – eu sei por que eu faço isso – sem que elas tenham a mínima ideia do que estava se passando na minha cabeça."
3. "Se eu experimento a pessoa perdida como estando aqui comigo, isso, na realidade, pode interferir no meu relacionamento com as outras pessoas." "Nós certamente não queremos fazer nada que possa interferir na maneira como você se relaciona com as outras pessoas no presente. Eu penso que você vai concordar que a sua preocupação com o pesar pela pessoa perdida tem tido uma grande interferência no seu relacionamento com as outras pessoas. Por outro lado, a maneira como você pensa nos seus amigos lhe dá um sentido de ligação que, normalmente, ajuda a sua ligação com os outros quando isto é apropriado, e eu posso lhe prometer que pensar na pessoa perdida irá funcionar da mesma maneira. E naturalmente, se eu estiver errado, nós sempre poderemos voltar para a maneira como está hoje."
4. "Sofrer é uma maneira de reverenciar os mortos." "Eu encorajo inteiramente esse seu desejo de reverenciar a pessoa perdida e o pesar é certamente uma expressão da intensidade dos seus sentimentos. Por outro lado, pode existir melhor maneira de reverenciar essa pessoa do que ela ser carregada alegremente no seu coração pelo resto dos seus dias?"
"Se você morrer amanhã, você gostaria que as pessoas que você ama ficassem sofrendo e infelizes, ou que se lembrassem de você alegremente com sentimentos plenos de amor e apreciação pelas suas qualidades especiais enquanto elas continuam com suas vidas? Qual a maneira que você pensa que a pessoa que você perdeu iria preferir?"
5. "Bem, eu acho que seria ótimo eu fazer isto, mas se eu ficasse feliz com respeito à pessoa que se foi, minha família e meus amigos pensariam que eu não me importava com ela." "Você quer ter certeza que aqueles ao seu redor não lhe interpretem mal. Você tanto pode explicar em detalhes o que você está experimentando, e oferecer a elas o mesmo tipo de escolha que eu estou lhe oferecendo, ou você pode simplesmente colocar um rosto triste nas horas apropriadas, para se encaixar na ideia deles de como você deveria estar reagindo."
Qualquer que seja a objeção, nós assumimos que ela esteja baseada numa intenção positiva e vantajosa com o qual a pessoa está preocupada, e a nossa tarefa será descobrir uma maneira para que a pessoa possa prosseguir com o processo de resolução da perda, confiante de que a objeção será inteiramente respeitada, e suas intenções positivas preservadas.



Escrito por: 

Steve Andreas
Connirae Andreas

Publicado em: 

qua, 18/03/2009



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